A você que me lê

Versos editados
Em espaço enfeitado.
Expor minhas ideias
É um pouco arriscado.
Por isso, a você
Que me lê, um aviso:
CUIDADO!!!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O tempo e a loteria

Hoje o sol não brilhou
Como seus olhos de mel.
Dia melado, favos sem chuva.
Nesse instante não existe
Quem grite, ou arrisque um palpite
Sobre o tempo e a loteria.

terça-feira, 27 de julho de 2010

(Des)entrega

O tempo já é escasso,
E o vento corta fundo a pele.
Sinto não me entregar como antes,
Algo que já não me atinge.

Se estivesse comigo,
As letras seriam escritas em outra direção.
Seus cortes afundam em outro mundo,
Entregues à arte de fingir.

Esconda no bolso uma frase
Simples, que perdeu o encanto há muito tempo:
"Está tudo bem, não temos o que temer".

domingo, 18 de julho de 2010

A dança

Conceda- me essa dança, donzela,
Pois há muito vejo teu rodar impaciente
Sobre a varanda de tua casa,
Seguindo o passo que o vento traz.

Tu sabes que neste mundo não há vagabundo
Que ande tranquilo. E quem vive de pressa
Não ganha migalha sequer sem dor e preocupação.

Teus passos ganham beleza,
E com meu violão vem a melodia.
E, enquanto todo mundo vem e vai,
Nós dançamos ao pino do meio dia.

Nesta tarde tu me mostras o que há de belo na vida:
A beleza de viver está em cada rodopiar incerto,
Dentro de cada nota dessa dança.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Pulsação

Essa vida que levamos,
Que ninguém consegue entender,
É uma vida pulsante, quase mágica,
Feita com músicas em ilusões
E rabiscos inventados.

Essa vida que levamos,
É tão fácil de entender
Que não entendo tanta dificuldade
Em sentir o prazer da vida
Desenhado num guardanapo de lanchonete
Apenas esperando para que alguém,
De repente veja e pulse conosco
A vida da mesma maneira.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Olhos vermelhos como estrelas

A gente se depende,
Se depende e se afina,
Como a viola  depende de cordas para uma roda,
Nós dependemos dessa roda afinada.

Nessa noite estrelada, onde as flores vermelhas brilham,
Os postes de luz são ofuscados pela luz dos seus olhos.
Olhos vermelhos como estrelas florais
Nessa noite quente e ofuscada.

Minha flor, não percebe? A hora já passou
E o trem não te esperou.O que podemos fazer
É deixar tudo com está e fazer amanhã o que deixamos
Para ontem.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Paladar

Eu sei, o café já esfriou; amargo e sem gosto algum.
E nem que o tempo mude me fará acreditar
Que tudo é bom, quente e doce, como o café que acabou de sair.
O mundo, como este café, é frio, ralo e sem gosto.
Ou eu posso apenas ter perdido o paladar.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Revolução- mulher

    Hoje, ao ligarmos a TV, observamos o reflexo da sociedade machista que fazemos parte. As mulheres, que demoraram tanto tempo (tempo este, que continua passando) para conseguir seu espaço como ser humano, vem conquistando com enorme facilidade um outro espaço, diferente: o de objeto.
    Nas propagandas de cerveja, quem  vende o produto? Mulheres quase nuas, estampando um certo ar vulgar de perversidade. Até para se vender biscoitos vem se usando mulheres de "corpo perfeito". Sem se falar dos programas de TV aos domingos, que, para dar mais audiência, dão close nas partes do corpo de mulheres de pouca roupa, só para fixar os olhos dos pobres trabalhadores, que simplesmente não tem outra escolha.
    Para as grandes cabeças é cômodo esse machismo permeado nas telecomunicações. Mas é triste ver esse comodismo e cruzar os braços, sem fazer nada. A mudança deve surgir da importância que damos à televisão. Enquanto ela não vem, o 'objeto- mulher' fica como parte principal da comunicação audiovisual do cotidiano.