A você que me lê

Versos editados
Em espaço enfeitado.
Expor minhas ideias
É um pouco arriscado.
Por isso, a você
Que me lê, um aviso:
CUIDADO!!!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Sol nos teus pés

Eu não consigo entender
Esse sol nos seus pés,
Toda vez que você anda.
Que parece não queimar
As pegadas incertas
Que aparecem na escuridão.


Eu não consigo entender
Tantos romances que são feitos,
Na tela de um computador.
E parecem não se importar,
Que a distância que os une
Os separa devagar.


E eu queria gritar para você ouvir.
Pois só você poderia entender.
Que eu sou um fora da lei
Precisando de descanso.


Eu não consigo entender
Esse sorriso no olhar,
Toda vez que vai dizer
Que eu não preciso me preocupar.
Pois as vozes que ouço antes de dormir
São apenas a televisão.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Juventude

Era uma flor e parecia eterna,
Seu pequeno broto de rosa
Não desabrochara ainda.
Mas arrancava olhares
De homens ocupados
E de trabalhadores atrasados.

Quando o broto começou a se abrir,
Foi em meio a pedras,
E a chuva castigava cruelmente.
Cheguei a pensar
Que seria difícil ver
Tanto sofrimento em tentar viver;
Mas caso a teimosia
Insistisse em ficar,
Seria por demais belo
Contemplar a rosa
Em seu esplendor.

"Depois da tempestade vem o arco-íris",
E, realmente, era beleza de outro mundo:
Ela parecia ter sido presenteada
Com a delicadeza,
E era de se emocionar ver a rosa
Esbanjando sua vida.

Não é por demais dizer
Que ela desfaleceu, pouco a pouco,
E suas pétalas caíram vagarosamente;
Que os homens atarefados fitavam-na
E se sentiam menos despreocupados;
E os trabalhadores ficaram pontuais.
Pois a beleza da juventude é como uma rosa:
É bonito de se ver,
É triste de se perder
Mas é essencial para perfumar,
O nosso atarefado ar.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O rio e a chuva

Ouvi dizer,
Que lá fora existe um rio verde.
E tu sempre bebe água dele,
E toda vez que chove
Ele fica cristalino.

O verde que ele ganha
Vem dos teus olhos castos.
É que a chuva não gosta de ti,
Por isso pinta de cristal
O rio que colores só de olhar.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Pra onde o destino acolher melhor

Ah! Quem me dera
Ser um pássaro cantor,
E ter a oportunidade de
Caprichar na vida.
Em cada árvore um novo amor,
Com as mesmas despedidas.
E então cantar; todos vão ver,
Que elas vão se arrepiar,
Em ver o 'cara' novo cantar sem parar,
Em ver o 'cara' novo cantar sem parar.

Ah! Quem me dera
Viver do que a terra dá.
E quando der a hora
Bater asas e voar
Pra onde o destino acolher melhor.
E então cantar; todos vão ver,
Que elas vão se arrepiar,
Em ver o 'cara' novo cantar sem parar,
Em ver o 'cara' novo cantar sem parar.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Na paz

Assassinaram minha fúria.
E eu, que a guardava em secreto,
Nas minhas partes mais internas
Presa, entalada num grito,
Fugiu e morreu.

Nestes dias frios a paz é companheira,
E as árvores contrastam o gelo do céu.
E eu vou,
No sossego de quem anda só,
Contando os passos 
E os espaços que as nuvens deixam
Na expansão densa e profunda,
Olhando as curvas que a estrada dá,
Refletindo na morte d' minha fúria.


(imagem: "o grito", Edvard Munch)

sábado, 23 de outubro de 2010

"Por sorte ou por azar" (ânsia de viver)

No profundo céu sem estrelas,
Na pureza dum firmamento estrelado.
Nessa procura ao infinito
Que Amuppiah voou apressado,
Para encontrar seu coração
Em algum lugar na expansão,
Perdido no acaso.

Foi ele dado à uma dama,
Que o usou com desdém,
E não o guardou com cuidado.
"Um coração apaixonado
Não se encontra fácil, como grama",
Ela ouvia com frequência.
Mas tanto se importou 
Que tão breve o soltou.

E foi nessa ânsia de viver
Ou de não morrer
Que Amuppiah aprontou as asas
E voou o mais alto para encontrar
Um coração que batia aflito.
Mas se perdeu no céu de luar,
Entre as estrelas que julgava ser
"Corações perdidos,
Por sorte ou por azar."

domingo, 17 de outubro de 2010

Observação

Essa noite o vento assobiou.

E a moça na calçada se assanhou,
Pensando que alguém assobiava pra ela.

O motorista de táxi acordou,
Achando que alguém queria correr.

O cachorro até olhou em volta,
Procurando o dono que o faria merecer.

No alto da suite duma cidadela,
A dona de casa, com medo da chuva
                                                        fechou a janela.

Mas o vento assobiou foi de orgulho,
Anunciando que cortara os lábios
De alguém que o amava.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um sorriso aliviado para a leveza da vida

Hoje só um sorriso bastaria,
Não importa como soe
Aos meus olhos, será o suficiente
Para alegrar o meu dia.

Com o cheiro das flores,
Exalando suas cores,
Esperando pelo momento
De alguém, na maior das sutilezas,
Lhe lance o mais terno olhar
E lhe traga alívio.

Não importa a coerência
Desse leve pedido, suprimido
Pelo alívio desse sorriso.
Aos meus olhos é o suficiente
Para alegrar meu canto.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Como se tudo se resumisse a chapéus...

Uma solução_
uma solução para a vida,
uma vida solucionada,
um soluço de criança,
sem flores para cheirar,
um olhar obtuso
para um céu sem estrelas_
Selados num chapéu mágico.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Sentença

O que hoje escrevo,
Escrevo por ser escravo.
Eternamente penalizado
Por não saber outra forma de expressão.

Estou fadado, 
Indefinidamente grato,
A escrever em linhas tortas,
E me prender em alvas folhas.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"Essas crianças..."

Essas crianças que correm a escadaria,
Roubando fôlego interminável,
Correm à Lua cheia, com olhos abertos
E a boca aberta mostrando espaços,
Correm sorridentes e não lhes passam pela cabeça
Que das 11 já passou há muito.

Essas crianças, que correm na penumbra,
Apresentam um sorriso fácil de roubar,
A'lma  irrequieta, só quer brincar
De correr, sem rumo, do mundo,
Que busca roubar- lhe alguns anos
E aprisioná- las em alta definição,
Com olhares carregados, um sorriso cansado,
Um mundo nas costas e calçados de neon.

sábado, 18 de setembro de 2010

Na corda bamba (brincando de equilibrar)

Na corda bamba,
Uma criança bamboleia
Com muita dificuldade.
Brincando de equilibrista.

Equilibrando a fantasia
De um mundo infantil,
Com a realidade
D'um mundo adulto.

Bamboleando para não cair
Num buraco profundo,
E encontrar- se com o mundo,
Que há muito desistiu d'equilibrar.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Desabafo

Por dias pensei,
E por noites sonhei
Com o dia em que
As letras agora escritas
Escapassem, num sussurro,
Do papel que as cercam.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

No LIMITE

No limite entre razão e explosão,
Entre a sensação e a descrição,
Entre o pop e o singular,
Há uma linha, estendida qual pano de mesa
Que separava a Cisplatina entre medo e coragem.

Essa linha nos divide.
Ousaríamos atravessar? Não sei;
Talvez  pelo medo de sentir o mundo,
Talvez pela coragem de descrever uma explosão
Eu ousaria atravessar
                                         Por uma única vez.
Apenas pelo prazer de ver um mundo 
Suspenso em seus olhos.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Contradição

Quando a gente quer falar,
Simplesmente nos calamos.
Quando a gente quer dançar,
Nós somente nos deitamos.
E, quando a vontade fala mais alto,
A gente não resiste_
Simplesmente se entrega.




Escrito por Amuppiah

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

No meio do mar

Ao passar pelo mar,
Algo me intrigou:
Um pescador no seu barco
A rede remendada lançou.
E pouco se importou
Com o infinito azul.
De rede cheia e
Sorriso amarelo
Para o mar nem olhou.

Enquanto isso, perto dele
Um turista, que nunca vira
O mar, ficou deslumbrado:
"Ah! A imensidão azul!"
Ficou encantado, mas irritou- se
Com o cheiro do peixe fresco,
O remédio que cura a fome 
Do pobre pescador,
Que pouco importa mais com o mar.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Desafio

Éramos três: eu caminhava incerto, lápis na orelha, coração na mão pronto para ser lançado. Um segurava uma gaita e na cabeça uma canção. O outro, com fone de ouvido e chiclete na boca. Todos na mesma direção, até pararmos na praça, em frente a um cantor. O senhor olhava sem demonstrar nenhuma reação; parecia estar ali há muito tempo. Tocava seu violão velho, tocando uma melodia que parecia não ter fim. Seu cabelo grande e sua barba branca não se movimentava, apesar do vento castigar os pobres mortais; e ele não parecia se importar com nossa presença.
Perguntei: "O senhor não se cansa de tocar?" Sem responder, ele tocava uma melodia sinistra. Novamente perguntei, e ele nada dizia. Pus a mão no seu braço nu; estava tão frio que me queimei.
O da gaita indagou: "O que o senhor tem?"
E ele nos disse, no ritmo da música: "Dor, cansaço e sede, mas não me traga água, não quero que me atormente". Nos perguntamos o que ele fazia ali, e, sem dizermos nada, ele passou a contar, sem parar de tocar:


"Eu era jovem,
E fazia todos dançar.
Este violão que tanto olhas,
Eu não cansava de tocar.
E eu era muito bom;
Às noites eu tocava,
Com mulheres eu dançava,
As que escolhia eu me deitava
E fazia muito amor.
Me tornei muito famoso
E tudo acontecia sem explicar.
Comecei a ficar orgulhoso
E a vaidade me engolia,
E eu me entregava a ela
Toda vez que me vendia."

"Certa vez um homem disse:
"Tu tens o talento de outro mundo."
E pensei desafiar o Diabo,
E o convidei para dançar;
Nos braços da guitarra
Afrontei o moribundo.
Ele aceitou o desafio:
Engalfinhávamos em combate
E ele saiu vitorioso,
Eu perdi minha guitarra,
Minh'alma foi ao demônio.
E como sina, estou fadado a existir,
Mesmo sem viver.
Este violão que tanto olhas,
Há séculos ele não pára.
Eu sigo minha existência,
Tocando sem descanso,
A música da minha insolência.
Como consequência da minha petulância,
Vejo vocês assistindo minha impotência."

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Toda vez que sol e lua vão ao teatro

Tranquila noite, aquela que há estrelas
E que escurece a melodia que aparece
Toda vez que o sol se põe
E eu me vou por aí,
Cantando a música que a gente ouvia,
Contando os carros que passavam,
E a alegria passa sem a gente perceber
Toda vez que a lua se vai
                      E o azul clareia o dia que vem.

Escrito por Amuppiah

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Grades e muros

Amemos, pois, a vida que temos,
Com a intensidade de um turbilhão,
E com a leveza da poesia
Colher os frutos dessa estação.

Gritemos, pois, por liberdade:
"Que alguém arranque as grades da prisão!"
E desprenda de nós essa tristeza,
Pois pobre de espírito é quem se cerca
De muros e grades, à mercê da solidão.


Escrito por Amuppiah

terça-feira, 3 de agosto de 2010

60

Sei que você, ao me olhar "com seu olhar tranquilo",
Espera de mim uma frase irônica,
Espera que eu devolva, com sarcasmo, um outro olhar,
Espera uma atitude revolucionária, inconformada
Com uma forma de viver e agir.
Aguarda uma música rápida do meu violão,
Acordes graves e letras cobrando pensamentos
E diz: "é um louco que canta";
"Tenta passar a imagem de um insano incompreendido."

Mas hoje, só por hoje, quero dizer uma frase que ainda não foi dita,
Quero devolver, contra um olhar "tranquilo",
Apenas um olhar, distante de qualquer descrição,
Uma música calma e serena, sem letra nem protesto.
Pois não há descrição que possua a força necessária
Para dizer que há um fora-da-lei precisando de descanso.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O tempo e a loteria

Hoje o sol não brilhou
Como seus olhos de mel.
Dia melado, favos sem chuva.
Nesse instante não existe
Quem grite, ou arrisque um palpite
Sobre o tempo e a loteria.

terça-feira, 27 de julho de 2010

(Des)entrega

O tempo já é escasso,
E o vento corta fundo a pele.
Sinto não me entregar como antes,
Algo que já não me atinge.

Se estivesse comigo,
As letras seriam escritas em outra direção.
Seus cortes afundam em outro mundo,
Entregues à arte de fingir.

Esconda no bolso uma frase
Simples, que perdeu o encanto há muito tempo:
"Está tudo bem, não temos o que temer".

domingo, 18 de julho de 2010

A dança

Conceda- me essa dança, donzela,
Pois há muito vejo teu rodar impaciente
Sobre a varanda de tua casa,
Seguindo o passo que o vento traz.

Tu sabes que neste mundo não há vagabundo
Que ande tranquilo. E quem vive de pressa
Não ganha migalha sequer sem dor e preocupação.

Teus passos ganham beleza,
E com meu violão vem a melodia.
E, enquanto todo mundo vem e vai,
Nós dançamos ao pino do meio dia.

Nesta tarde tu me mostras o que há de belo na vida:
A beleza de viver está em cada rodopiar incerto,
Dentro de cada nota dessa dança.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Pulsação

Essa vida que levamos,
Que ninguém consegue entender,
É uma vida pulsante, quase mágica,
Feita com músicas em ilusões
E rabiscos inventados.

Essa vida que levamos,
É tão fácil de entender
Que não entendo tanta dificuldade
Em sentir o prazer da vida
Desenhado num guardanapo de lanchonete
Apenas esperando para que alguém,
De repente veja e pulse conosco
A vida da mesma maneira.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Olhos vermelhos como estrelas

A gente se depende,
Se depende e se afina,
Como a viola  depende de cordas para uma roda,
Nós dependemos dessa roda afinada.

Nessa noite estrelada, onde as flores vermelhas brilham,
Os postes de luz são ofuscados pela luz dos seus olhos.
Olhos vermelhos como estrelas florais
Nessa noite quente e ofuscada.

Minha flor, não percebe? A hora já passou
E o trem não te esperou.O que podemos fazer
É deixar tudo com está e fazer amanhã o que deixamos
Para ontem.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Paladar

Eu sei, o café já esfriou; amargo e sem gosto algum.
E nem que o tempo mude me fará acreditar
Que tudo é bom, quente e doce, como o café que acabou de sair.
O mundo, como este café, é frio, ralo e sem gosto.
Ou eu posso apenas ter perdido o paladar.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Revolução- mulher

    Hoje, ao ligarmos a TV, observamos o reflexo da sociedade machista que fazemos parte. As mulheres, que demoraram tanto tempo (tempo este, que continua passando) para conseguir seu espaço como ser humano, vem conquistando com enorme facilidade um outro espaço, diferente: o de objeto.
    Nas propagandas de cerveja, quem  vende o produto? Mulheres quase nuas, estampando um certo ar vulgar de perversidade. Até para se vender biscoitos vem se usando mulheres de "corpo perfeito". Sem se falar dos programas de TV aos domingos, que, para dar mais audiência, dão close nas partes do corpo de mulheres de pouca roupa, só para fixar os olhos dos pobres trabalhadores, que simplesmente não tem outra escolha.
    Para as grandes cabeças é cômodo esse machismo permeado nas telecomunicações. Mas é triste ver esse comodismo e cruzar os braços, sem fazer nada. A mudança deve surgir da importância que damos à televisão. Enquanto ela não vem, o 'objeto- mulher' fica como parte principal da comunicação audiovisual do cotidiano.

domingo, 27 de junho de 2010

A surpresa

Ó rosa vermelha, quanta beleza irradias pelo som da tua voz,
Como um harmonioso violino aos meus ouvidos.
Nem mesmo a mais harmoniosa orquestra, regida pelo melhor maestro
Consegue levar- me cativo, em servidão a esse timbre sem sentido.

Tu, que tens um rosto esculpido por anjos em tamanha perfeição,
Feito com a mais branca neve, que cobre a relva com tamanha pureza.
E seus olhos, o mais puro contraste, negros como ébano,
Olhando pra mim, com espanto e delicadeza.

Por que, em beleza tão singela, esconde tanto medo
Se apenas aprecio o doce som da tua voz?
Como um pássaro, amedrontado pelo desconhecido,
Tu foges em um misto de susto e prazer.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Doze Horas

Hoje é o tempo que voa,
E é os pássaros que passam.
Hoje é o dia que escorre;
As cachoeiras já não passam.
E a juventude é alisada, como o pente nos cabelos da donzela,
Ficamos todos no mesmo lugar, para sermos apenas iguais.

E enquanto o sino baladeia doze horas,
O pente é guardado e a donzela sonha
E ela pode; sua idade lhe permite ver o tempo passar,
Afinal, "a rotina não a maculou", mas ainda sim não vê nada.
Ela é jovem, e só quer passar o tempo
Com algo um pouco mais útil.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A brecha

Os pintores, com suas flautas pintam tristes canções
Expostas em retratos coloridos. Mas fica uma grande brecha
 Entre o silêncio dessas cores e a monocromacia  desses sons.
Nessa brecha que eu encontro o equilíbrio necessário
Para ouvir além dos sons, e ver além das telas.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Dedicada ao conselho mal dado

Hoje é um choro que clama pelo fim da guerra,
Hoje é a guerra que tenta proclamar a paz,
Hoje é a paz que é procurada sem recompensa.
Hoje seu choro clama pela paz,
E sua recompensa é a guerra, de sentimentos
Confusos com relação a tudo.
Adianta clamar por ele se ele não a ouve?
Se seus ouvidos estão ocupados com outros clamores,
De que adianta?

Que recompensa obténs por guerrear contra si própria,
Contra seus princípios por alguém que, a princípio
Principiou a se explicar com metáforas?
Se, no fim, nada foi tão para sempre
Quanto aquela noite no imaginário frio.
De que adianta o cigarro sem filtro que fumas para atrair atenção
De alguém que não se atenta pela fumaça da chaminé;
Se de nada adianta, porque dar murros
Contra ponta de facas?

Se meus conselhos fossem bons,
Não os venderia ao preço de um tratado de paz?
Não adianta pedir ajuda para quem está neutro.
Mesmo dentro das trincheiras existe paz
"Num minuto de silêncio, antes da explosão".

Em busca da felicidade ( endorfina)

Eu vou te encher de elogios para deixar
De lado essas lágrimas de quem não te quer.
E te levar comigo na minha viagem em busca de felicidade.
Te levaria flores toda manhã que os pássaros te acordassem.

Ah, te ver acordar, seus cílios levantando,
Dando lugar a um brilho inconfundível,
Um brilho que levanta um sentido olfativo latente:
O cheiro de felicidade, de endorfina abundante.

Te faria uma canção com todo meu amor
Melado, como o mel escorrendo dos favos;
E os acordes abertos dum violão abriria meu coração
Pois você é a única que me abre os sentidos da felicidade.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O exílio

Nesse momento me veio uma grande vontade
De me exilar nos braços do violão.
Dessilenciar um grito entalado na garganta
E sussurrar pra você ouvir, amor,
A vida é bela quando é vivida,
E a música, meu amor, é arte 
Para ser apreciada com ouvidos limpos.

Temos dois ouvidos em um silêncio astuto.
E sua astúcia não me impede a expressão
De vozes unidas ao som de cordas presas
Para cantar ao mundo a liberdade
E a arte de expressão.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Labuta

Meu bem, não guarde meu prato de jantar,
Me aguarde na janela com muita precisão.
Não fique triste, chego logo logo
Com o atraso do trânsito e a poluição.

E, quando chegar, espero seu sorriso
Aberto, de dentes brancos e lábios vermelhos.
Um abraço forte e beijos descontrolados
São prêmios da minha constante labuta.

Quando sentar- me, espero ouvir o som harmonioso
Que sai da sua boca, contando sobre o dia;
Pena que não presto atenção.

Só reparo em toda casa, na vida que levo,
Nos quadros que não pintei,
Na madeira que nada talhei nem esculpi,
Na música que não fiz,
Nos poemas que não escrevi,
Em todas essas maldições da minha constante labuta.

domingo, 30 de maio de 2010

Imaginário

Meu maior desejo era que esse carro quebrasse
E a gente tivesse que andar por aí para pedir ajuda.
E então chegássemos a lugar nenhum, perto da fronteira
Com o imaginário pensador que sonhei ser.

E, depois de tanto andar, sentássemos na beira da estrada
E eu te beijasse com o desespero de quem morreu de saudade
E despertou tão subitamente, doido para tocar seus lábios.
Ouvindo você sussurrar algo que não vou entender.

Fugiu do controle ser alguém normal.
Aliás, nenhum de nós poderíamos ser alguém juntos.
Eu finjo que nada ocorreu, estaca zero;
E você finge que não finge.

sábado, 29 de maio de 2010

Papel em branco

Hoje o papel está em branco,
E o lápis está no pote.
As ideias não saltaram da mente,
Não se ouve o chiar do lápis
Só o barulho do teclado
A digitar freneticamente.

Falta palavras
Para tanto papel.
Falta papel
Para tantas ideias
Falta ideias
        Para  tanto branco na mente....

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ela já não dorme como antes (angústia)

         Nos últimos tempos, ela não consegue dormir  como antes. Bem que tentava. Tinha medo. Angústia. Por causa do sono. Depois de tanto fechar os olhos, o silêncio tomou conta de sua mente e ela adormece. Subitamente sua  mente vagava sem perceber.
        De maneira natural, calma como sempre, ela acordou. Olhou ao redor. Não parecia como antes, só havia sua cama em um grande corredor, como sua casa. Subitamente, uma sensação de queima nas pernas a incomodava. Cresceu. Estava queimando mesmo! Se desesperou. Sem saber o que fazer, correu.Correu muito. E, chorando, olhou para trás e não entendeu; sua cama desaparecera e a parede corria atrás dela. A essa hora, seu corpo ardia em chamas e ela simplesmente não entendia. 
        Após virar, ela se deparou com um dilema angustiante: Ela viu uma grande escadaria, brilhante como pedras de diamante, descendo; e uma estrada deserta e escura, muito escura, subindo. Enquanto isso sentia seu corpo queimando de tal maneira que ela já não sentia dor. Só angústia. Ela ponderou sobre qual caminho seguir e, quando ia decidir, a parede a alcançou. Seguiu a arrastando à frente, levando- a ao meio dos caminhos. Só restava chorar e fechar os olhos, não querendo ver nada. Sentiu seu corpo flutuando, em queda livre e o corpo carbonizado.
         Abriu os olhos e, novamente, não entendeu. Estava no chão, embaixo da cabeceira da cama, chorando muito. E sentindo cheiro de cinzas no ar.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Mudança de atitude

Não adianta fugir.
Um dia temos de pôr tudo à prova.
Jogar nossos sentimentos no fogo,
E ver se há (im)purezas nos pensamentos.
Encarar nossos temores e substituir 
O branco do papel por letras ordenadas.

Depois das nuvens densas e escuras,
De trovões e lampejos castigarem nossos sentidos,
Poderemos ver belo dia despontar no horizonte
O sol brilhando no alto da colina e perceber
Que todo esforço sério no final, traz recompensas.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Enquanto o capuccino não sai

Oh, meu bom senhor, vê se faz o favor
De fazer bem feito esse tal de capuccino.
Pois não ando com pressa de viver,
Vivo tranquilo sem medo do destino.

Hoje estou feliz pelo rumo dessa estrada
Por que fiz uma música pra minha flor na calçada.
E acordei feliz ao lado dela, sua pele ao Sol,
E é ele a testemunha desse instante de felicidade.

Por isso, meu bom senhor, não me dê o jornal
Nem ligue a TV. Por que hoje não tenho pressa de viver.
Vou tomar esse tal de capuccino, pegar o violão,
E cantar pra minha flor o amor com ar de rouxinol.

Escrito por Amuppiah

sábado, 8 de maio de 2010

Livro_objeto

Livro_objeto com o objetivo 
De 'culturizar' pessoas,
Objetivar planos.
Ou apenas para se divertir
Com a subjetividade da vida.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pôr- do- cabelo

O sol se pôs, uma aquarela se fez 
E o azul do céu virou amarelo, laranja e vermelho.
Mudou; mudou o mundo e você
Mudando a cor do cabelo: vermelho, laranja e amarelo

terça-feira, 4 de maio de 2010

Café expresso

Nesses versos tão pequenos
Expresso uma vontade:
Acordar um dia, você do meu lado,
Um violão e um café expresso
Na música que fiz pra ti.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Debaixo da copa d'árvore

Na calmaria do coração da floresta,
A chuva castiga num ritmo incessante.
E espalha todos animais do ato de olhar para o reflexo
No lago, como se enxergassem algo além disso.

Enquanto todos correm sem ter aonde correr,
Um pássaro, parado num galho alto de uma árvore
Assistia tudo imóvel, com uma paz inquietante.
Não se movia, apenas olhava o pânico distraidamente.

E o pássaro com sua tranquilidade me intrigava.
Como se, debaixo da copa d'árvore,
Encontrasse um absoluto sossego
Em assistir tudo quieto demais.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Desde quando?

E enquanto isso, a lua se impõe sobre nós.
O vento sopra, folhas caem no vazio.
Por agora a trégua não vem, e continuam brigados
Sol e Lua, separados por hemisférios de distância
Esperamos paz por meio da guerra? Não faz sentido,
Mas desde quando vivemos procurando sentido?

Experiência

Eu aprendi, durante os anos de convivência contigo,
A nunca contar com boas ações ou agrados.
Agradeço por me dares o necessário,
Mas não necessariamente precisamos viver nos limitando.

Eu aprendi, desde bem cedo, a procurar meu espaço.
A encontrar equilíbrio no pôr-do-sol.
A me acalmar entre as cordas do violão.
E hoje já tracei meu caminho no chão,
Com pedrinhas que brilham no escuro da noite
Caso me perca tenho uma direção.
E tenha certeza,  por te apressares a ver
Apenas a ti e mais ninguém,
Apodrecestes o cordão que nos une
E este cordão que sentirás falta quando de mim precisar.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Incerteza

"Alguma coisa acontece no meu coração", e provavelmente não é
Apenas batimentos acelerados e irregulares.
Não entendo realmente, posso dizer: "quem sabe" ou quem sabe: "talvez"
Ou simplesmente, por falta de palavras, deixo o silêncio ao vento.

Pois é, silencio em palavras para pensar numa canção.
Uma canção_quem a pode cantar_
Senão aqueles que pintam sua voz no ar,
Que palavreia no silêncio do luar?

'Alguma coisa também acontece no seu coração'?
A falta de palavras nos deixa no mistério.
De não saber, talvez "quem sabe",
Ou quem sabe "talvez".
Mas essa incerteza me deixa um gosto bom na boca.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

À nossa geração enferrujada

Os livros clamam da prateleira da estante,
A traça e a ferrugem os corroem parcialmente.
Nossa geração parcial não lê e não sonha.
Nossa imparcialidade é corroída na prateleira.

Enquanto a traça corrói os livros,
Uma criança vende flores no sinal.
E a renda adquirida corrói sua mente,
Sua cadeira na sala de aula é corroída  pela ferrugem.

Por não ler, apenas sobrevivemos.
Por não sonhar, não dormirmos e nossa geração permanece
Enferrujada na linha do tempo.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A hora de sonhar

Meus sonhos noturnos desaparecem da memória, fazendo dela um cemitério de boas lembranças,
Por 'quase não sonhar' vi o fim do mundo várias vezes,
E no fim da tarde estava como antes, Esperança voltando ao seu lugar.
Se agora é a hora de sonhar, por favor não me pergunte,
Só me avise quando ela chegar

terça-feira, 20 de abril de 2010

Era uma casa muito engraçada...

Era uma casa um tanto engraçada; tinha teto, que era o piso de outra.
36 janelas permeando o ao redor, com vista para uma paisagem ampla:
Uma avenida com  carros barulheando e um grande, grande muro.
Grande como o tamanho do nosso medo.

Dentro da casa, muitas paredes,
E uma estante. Com TV, som, DVD.
Muitos CD'S: filmes, música americana,
Como de se esperar, nenhum livro em espaços vazios
Cobertos com a poeira do esquecimento.

Dentro dela, cidadãos alienados e presos ao tempo
E a rotina, que ofusca a simplicidade da vida.
Ofusca também algo difícil de se enxergar meio a tanta coisa:
Uma flor tentando crescer entre as pedras no caminho.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Orquestra Sinfônica das Ruas

A novidade era musical, atração diária, um concerto todos os dias.
Ninguém paga entrada, e todos tem um camarote na janela de casa.
A Orquestra Sinfônica das Ruas chegou aos nossos ouvidos,
Trazendo para todos a harmonia sonora dos carros em ação,
Os motores zumbindo em nossas mentes,
Atração principal: as motos sem escapamentos, barulheando
Sobre a regência de um maestro doente e egoísta,
Como um Beethoven anestesiado, sem sentir nada,
Assistimos a tudo e aplaudimos.

terça-feira, 13 de abril de 2010

O Walkman

Hoje parto de casa para partir o mundo ao meio.
Levo nas costas o violão, nos ouvidos o som do walkman.
Vou andar por estas estradas sem acostamentos,
Vou sentir falta de encostar tua cabeça no meu ombro
Mas não posso mancar em duas vontades;
Por isso te digo: vou embora e conhecer o mundo,
Nas estradas serei um walkman de cachos irregulares
Cantando e dançando ao som do vento,
Pegando carona sem saber destino final.
Um dia chegarei finalmente ao "fim do mundo"
Que deve lembrar muito o início do teu.



segunda-feira, 12 de abril de 2010

'Estradeando'

Nada melhor do que viajar por uma estrada sem fim...
Só para ver aonde ela vai dar...
'Fugir do marasmo' urbano,
'Estradear' no natural dos nossos passos
E ver o sol nascer e secar o orvalho das flores.
Deixar de lado o sonho desesperançoso de
Conhecer nossas montanhas pelas fotografias,
Visitar lagos cristalinos na tela de um computador.
Deixá- los de lado e viver a vida a pleno vapor...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A fila

       Dionísio foi, como sempre fazia, ia ao parque municipal todo sábado se manhã.Era só duas quadras adiante do seu apartamento de cobertura, "um capricho dos deuses", dizia seu pai. Entre as muitas diversões, queria porque queria andar no burrinho pelo parque."Pra que andar nesse burro velho se você  pode andar de cavalo em Petrópolis amanhã?" sua mãe, de forma soberba, questionava.Nem adiantou.Dionísio entrou na fila.De repente, alguém interrompeu o seu longo pensar no velho burrinho.      _"Olá, você é o último da fila?" Dizia o menino, com a camisa CMA suja de sorvete.
      _ "Sim, meu nome é Dionísio, qual o seu?"
      _" Meu nome é Thiago.Quer ser meu amigo?" Dizia o negro, com um sorriso encareado.Antes que pudesse responder, sua mãe o puxou pela blusa, dizendo:
      _" Vamos embora AGORA rapaizinho! Que história é essa de você fazer amizades com estranhos, ainda mais com esse carvãozinho cheio de cárie?"
     _"Mas o que que tem mãe?Só porque ele não é loirinho como eu não pode ser meu amigo? Ele é mais legal que aqueles chatos dos filhos do ministro fazendeiro!"
     _"Ele não é fazendeiro não, é ministro da fazenda; e esses são garotos de berço, e fazendo amizade com eles teremos algumas preferências e privilégios. Não seja como seu irmão rebelde e aceite o que você é."
       Daí Dionísio lembrou- se de Diego, seu irmão que saiu de casa para viver com alguns amigos. Ultimamente ele estava com um cabelo esquisito, com umas pontas laranjas e viva dizendo "não sou um burguês retardado com medo do imposto de renda e da própria sombra". E viu seu quase amigo, Thiago, no burrinho, e queria ser como ele, para poder andar no burrinho e tomar sorverte de casquinha como todo mundo.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A linha do tempo em três versos

O passado, ao passar, deixa suas manchas no curso da história,
O presente ainda deixará suas marcas em quem viver dele quando passar
E o futuro... talvez ninguém queira saber...

domingo, 4 de abril de 2010

Reflexões sobre Cristandade por um mero cristão

Todo mundo quer ir pro céu, mas ninguém quer morrer.
Dura a realidade, mas temos de encarar.
Todo mundo, quando chegar no céu, quer andar em "ruas de ouro"
Mas a pé ninguém anda; vão de carro, pagam táxi e ônibus,
Caminhar mesmo ninguém quer.
Todo mundo afirma com toda certeza: _'tenho fé em Deus'.
Mas poucos sabem o que é de verdade.
A tão famosa Páscoa comemora o quê:
A morte de Jesus ou a chegada dos coelhos e ovos de chocolate?
Quando os coelhos entraram na história,
E quando não existia chocolate, os ovos eram de quê?
A gente tem de ouvir casos de pedofilia religiosa,
E continuar assistindo discursos dos pedófilos como se nada tivesse acontecido.
O mundo não é cego, só não enxerga direito!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sua xícara de porcelana

Hoje eu quebrei sua xícara de porcelana.
E ela se fez em  mil pedaços e espalhava- se no chão.
Suas migalhas se juntavam ao piso branco marfim,
Não sei se era branco ou se era marfim;
Perdi a xícara e não tenho você para mim.
Já não tinha você antes, mas o passado não importa!
Não tenho você agora e aquela vontade
Incessante de ser um poeta para declamar o amor
Incondicional foi- se embora.
Como a sua xícara de porcelana.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Os super- heróis também envelhecem

Eu era herói, e vivia salvando o dia entre as paredes,
A salvar pessoas de suas próprias sombras,
A aparecer nas primeiras páginas dos jornais,
A ser perseguido pelo mundo procurando saber quem eu sou,
Qual o meu nome e onde eu moro,
De quem eu tenho uma certa 'queda',
De onde sai aquela ' teia' que me balança até a injustiça.
É, vida agitada a que eu tinha!
Com o tempo, porém, tenho ficado mais lento,
Sem disposição para deixar meu dom ao serviço da comunidade,
Sentindo os efeitos das freqüentes dores,
Na coluna, na cabeça, os fios brancos já são realidade,
E não posso fazer nada.
Hoje tenho vontade de voltar no tempo,
E tentar viver como alguém normal,
Conhecer pessoas diferentes, ter novas sensações,
Poder contar a meus filhos minhas experiências.
Agora só me resta três coisas:
O sangue correndo nas veias,
A limitação dos meus 70 e poucos,
E o banco que compartilha minha solidão.

terça-feira, 30 de março de 2010

Arte em duas estrofes

A vida pode ser dividida entre antes e após a Arte.
Nos tornamos mais sensíveis a poemas bem escritos,
Apreciamos detalhes dos quadros pintados
E prestamos atenção em pequenos versos nos cantos dos músicos nas praças.

Mas e a Arte? Ela não mudou depois da nossa chegada.
Ela continua a mesma: imponente, poderosa, estruturada,
Não precisa de nada nem de ninguém; ela existe naturalmente.
Antes de nós ela era Arte, depois de nós ela continua Arte.

segunda-feira, 29 de março de 2010

A rotina das noites num deserto

Por favor me diga aonde nós estamos.
Tá difícil perceber nessa escuridão,
Esse ermo sem movimento parece correr atrás de nós
Nem estrelas brilham nessa noite de verão.

Por favor me explique de uma vez:
Onde que nós fomos parar?
Não sei quem continuou, nem quem parou
Nesse deserto que aparece toda vez que me prendo a você.

Seja um tornado e desarrume o ao seu redor.
E depois vá sem motivo para voltar de repente,
Surpreendendo a todos, se intrometendo e
Assustando- me com o seu aparecer.

Espero que um dia você vá e não volte,
Que desapareça como o dia que espalha toda  escuridão
E finge que ficará para sempre mas some sem motivo,
Rotina, jamais direi seu nome de novo.


terça-feira, 23 de março de 2010

Infinita noite de Março

Hoje o dia passou como um raio,
E nenhuma palavra no papel nessa 
Infinita noite de Março.

Artista sem ideia nem criação,
O carros passando e a poluição
Barulhenta dessa infinita noite de Março.

Os segundos se arrastam lentamente;
É  uma tortura cada passo adiante.
A noite triste afunda inconstante

Enquanto Buck Owens sussurra quase
Inaudível no rádio; me perco na falta de estrelas
Nessa infinita  noite de Março.

Hoje eu durmo enquanto
Todo mundo acorda e o mundo
Está apático enquanto eu finjo que não.

A justiça clama por piedade
E um segundo para descanso.
Eu ouço seu pranto enquanto todo mundo finge que não.

De manhã as horas passam como um raio.
nenhuma esperança de melhora,
Apenas a piora e a chuva são certas
Nesse infinito mês de Março.






quinta-feira, 18 de março de 2010

A borboleta e o abismo

Oh!minha doce pintora
Não vá embora!
O dia só está começando,
E meu coração bate ao ritmo da nossa noite.

Ah!que loucura foi ter você em meus braços.
Doce pintora, pinte para mim um quadro
Com seus delicados traços
Retrate nossa sina.

Pinte uma criança a perseguir a borboleta
Sem se dar conta do enorme abismo adiante
Triste nossa realidade!

Você flutua ao sabor do vento
Eu, aqui com os pés no chão,
O abismo em nossos mundos distantes.

Doce pintora, responda- me uma coisa:
O que fazer para viver feliz,
Se você escapa- me aos dedos
E eu fico a olhar desalentado o seu flutuar no céu?