A você que me lê

Versos editados
Em espaço enfeitado.
Expor minhas ideias
É um pouco arriscado.
Por isso, a você
Que me lê, um aviso:
CUIDADO!!!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Poeta fugitivo

Eu sou um poeta fugitivo
Sem registro em nenhuma Academia.
Acusado de não saber de métrica
E de escrever o que o vento dizia.

Mas eu sou daqueles
Que diz ser inocente.
Um teimoso indecente
Por viver se escondendo.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Entre máscaras e lentes

Quem soprou a razão
Ventilada nesse quarto?
A gente brinca de fingir,
De estar emocionado.

Tudo segue assim,
Tão bem ensaiado.
Que o fim parece sempre
Ser sempre tão dramático.

Pelo menos uma vez
Vamos por a máscara de lado.
E voltar a ser quem somos
Pra irmos juntos ao teatro.

E tirar as lentes, pr' eu ver
No meu verde seus olhos castanhos.
E ter de novo o céu
E seus cabelos embaraçados.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Céu noturno

Quando olho para cima,
Não sei se vejo estrelas nos holofotes
Ou se vejo holofotes nas estrelas.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Xote lento

Eu vou no passo de quem anda
Lentamente, para a sombra.
E nem me importa que é na rua,
É no sol que o povo dança.

Porque meu passo é muito lento,
E eu não consigo acompanhar,
Essa donzela que eu tento
Nesse xote conquistar.

Passo as horas, esperando,
O meu louco, amigo vento.
Venta forte, vem chovendo!
Porque eu sei, que ainda é tempo
Da donzela ser meu par.

domingo, 25 de setembro de 2011

Despedida

Vou- me assim, embora,
Embora para outro planeta.
Vou- me assim, embora,
Sem tapete vermelho nem trombeta

Vou- me assim, embora,
"Sem a menor chance, nem vontade de voltar".
Vou- me assim, embora,
Apenas com mil destinos a desenhar.

Não levo fé nenhuma,
Em te levar comigo.
Na cauda de um cometa,
Caindo do precipício.

Vou- me assim, embora,
Embora sem razão nem porquê.
Vou- me assim, embora,
Pra longe da face brilhante da TV.


Não levo fé nenhuma,
Em te levar comigo.
Na cauda de um cometa,
Caindo do precipício.

Talvez, um dia, você entenda,
Seu amanhã, pra mim, é agora!
E por não poder mais esperar,
Vou- me assim, embora.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Clamor

Ó chuva, vem regar a terra
Que clama por ti, seca e sedenta:
"Won't you please, please help me?"


Vem limpar o ar carregado
Desse dia que amanheceu embaçado,
Que adormece escondendo as estrelas.

E vem fazer a espera desse amante,
Que deixou o guarda chuva na estante
Para sentir na pele o peso do alívio.

domingo, 4 de setembro de 2011

Família


Porque a família aparece de repente,
Como brisa que alivia a tensão
Do viajante cansado do sol,
E vai levando a canoa do pescador,
Carregando sua rede e seu anzol.
E nem se faz preceber, de tão natural
Que é inevitável soprar alegria
Em outras paisagens.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

A queda

Das muitas maneiras que tinha
De colorir as flores do jardim,
Escolhi aquela que não tivesse fim.
Vermelhas de indignação, quando caíam
Dependuradas duma árvore.
Ficavam roxas, mas preferiam
Murchar aos olhos de quem passava,
Do que viver presa naquela que a sustentava.

sábado, 6 de agosto de 2011

O que arde no peito ninguém vê

Ó tu, que passas correndo,
Fugindo do tédio e da morte,
Contando as horas, pra ver se dá sorte
De não se preder no caminho.

Ó tu, que te jactas de ter
Asas nos pés, qual homem mortal,
Desenhando no vento a canção ideal
E colocando o coração no meio da highway.

"Oh captain, my captain",
Driblaste o tédio neste exílio chamado vida,
E acumulaste pra ti mais civilização.
Mas o que arde no peito ninguém vê não!
passaste por mim, e eu entendi,
Que tu não vives mesmo em vão.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Século de silêncio

Os dias parecem séculos,
Quando nos invade o silêncio.
E trocamos olhares evasivos
Quando o dia corre lento.
Corta fundo a pele, e como dói
Ver o tempo se arrastar sem medo.
Como se desacelerar arrancasse
Os anos da minha mão,
E tudo aquilo que não foi dito
Passasse a deixar marcas no tempo.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Eclipse

Ele olhava para o céu, e ria.
Respirava ofegante, descompassado,
Mas qualquer um que corresse
Num morro como ele estaria cansado.
Um momento de felicidade acontecia,
E seu rosto brilhava: talvez de suor,
Lágrimas ou talvez o sorriso que a lua trazia.
Ele chorava, do tédio ao seu redor,
Das pessoas que andavam, apressadas,
Para a TV que os chamava.
E não percebiam que o show era no céu.
E que o pranto que trazia tristeza,
Trazia alegria nos olhos que observavam a lua
E via nela coberto um véu.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Arcádia


Por todos os medíocres
Que ainda teimam em viver
Uma vida mansa no mar,
Voar sozinho com os peixes,
Navegar, naufragar, se evolver
Com o mar, ficar cansado,
E ver os frutos do trabalho;
Pois o dia seguinte
Já não consome a felicidade.


terça-feira, 24 de maio de 2011

A arte de fingir

A gente finge que tá tudo bem,
Quando os olhos ficam úmidos
E não há o que dizer.
Engole todas as lágrimas
Para não sentir no rosto
A dor no caminho que ela percorrer.
Traz consigo, na garganta,
Um grito suprimido
E a vontade de correr.
Fingir, a gente até tenta,
Mas os olhos ficam úmidos
E todo mundo consegue perceber.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Antes de qualquer queda...

Antes de ela cair
De um precipício sem fim,
Gostaria de perguntá- la
Se ela se arrepende,
Caso ela fosse mais feliz.
Se ela poria um sorriso
E sentiria o rosto se mexer,
E,então, veria no seu rosto,
Enquato caísse,
Qual seria sua reação.
Se, de repente, sentiria
Que fizera a escolha errada.
Se talvez estava com medo,
Pois é o que se sente
Quando o rosto está rígido
E a gente não consegue sorrir.

domingo, 1 de maio de 2011

Prêmio Versatilidade!?

Incrível como estas coisas me pegam de surpresa... 

"É surpreendente como a vida em comunhão entre blogs nos faz mais poetas, aproxima-nos contagiantemente numa velocidade e numa comunicação inigualáveis. Este prêmio é distribuído ao "blogueiro versátil", aquele que transpõe sua idiossincrasia, dando forma, sabor, experiência a um eu-lírico que clama por novos horizontes e desafios metamórficos."




Quem teve a gentileza de me premiar de tal forma foi Daniela Damaris (http://artedepoetizar.blogspot.com), poetisa fantástica que, apesar da enorme distância nos separando, sabe que esses quilômetros não impede a poesia de atravessar fronteiras. Minha admiração a essa artista genial!



"As regras para receber o prêmio estão dispostas logo abaixo:

1. Agradecer e linkar de volta o blogueiro que lhe enviou o prêmio.

2. Dividir 7 coisas sobre você.

3. Premiar outros 5 a 15 blogueiros.

4. Entrar em contato com esses blogueiros para avisar sobre os prêmios e para que eles levem o selo da versatilidade para seu blog e distribuam a outros colegas blogueiros."

Bom, vamos então ao ritual:

7 poesias ao meu redor (ou seja, coisas/situações que estão ao meu redor, colorem meu dia e, de certa forma, me inspiram), em qualquer ordem:

1. tocar violão em noites estreladas;
2. um bom livro;
3. chuva no rosto(motivo dos meus muitos resfriados);
4. conversar com minha mãe de manhã cedo;
5. reflexo da água;
6. chá de abacaxi numa manhã fria;
7. um papel em branco.

É um pouco complicado falar de si, admito. Sem mais delongas, os indicados a esse prêmio, segundo minha atrapalhada opinião:

Bárbara Aiala
Selene
André Martins
Gabriel Pessoto
Thuane Munck
Todos os que sempre passam por aqui(e todos os que passa de quando em vez), sou muito grato. Faço minhas as palavras de um tal poeta: ... "E hoje quem não cantaria, grita POESIA e bate o pé no chão"!!!!!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Andarilha


Ela saiu. Bandolim nas costas.
Em debandada, com outros sentires,
Mas só, fugindo de grades e portas.

Pensava em morar
No alto do prédio, no conforto,
Para compor seus rocks
Sentada no sofá.

Mas ela morria de medo
Toda vez que olhava para baixo,
E tudo parecia confuso.
Desejava pular, e ver
Se era leve o suficiente
Para não cair.
Mas receava a morte,
E saiu novamente.
Fugiu, procurando redenção.

Alegria ainda procura
Um lugar tranquilo,
Para tocar seu bandolim
Sem medo de altura.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Entre as placas tortas

Mais um dia que amanhece
E tudo é sempre igual:
Lutar por mais um dia na selva,
Com tantas idas e voltas.
E eu estou aqui,
Parado em meio a placas tortas,
Esperando ser levado para lugar algum,
Sendo entortado por corpos apertados,
Que se espremem para ter
Mais um suspiro de vida.
E, nesse dia que amanheceu indeciso,
Eu espero é cair a noite
E poder olhar no céu um enxame
De estrelas, e procurar entre elas,
As que se ligam e formam seu nome.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Contagem regressiva

Quanto tempo passou,
Desde que você disse adeus,
E, destemidamente não olhou pra trás?

Quanto tempo tem
A sua renúncia de tudo para mostrar a todos
Que está "livre" de todas as grades?

Quanto tempo ainda há
Para você bater no tambor,
Tentando mostrar que está feliz?

Quanto tempo ainda há de passar,
Até você parar de se debater na água
E decidir nadar ou morrer afogado?

E, "pelo amor de Deus",
Quanto tempo ainda hei d'esperar
Até eu ver as lágrimas se secarem,
E eu voltar a ver seu sorriso bambo
Estampado nos meus olhos?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Numa noite quente de verão

Numa noite quente de verão,
Quem tem coragem de encarar
A espera do sono que não vem,
E a dor de acordar?

Numa noite quente de verão,
Quem tem medo de enxergar
A face crua no espelho,
E a nudez na hora de amar?

Numa noite quente de verão,
Quem te espera acordar
Com a janta quente, enjoado
De te ouvir reclamar?

O vento que passou no nosso lar
Invadiu; entrou sem avisar.
Captain, a vida é muito cruel!
"Chora, e arranca fora o que não te faz bem".

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

'79

Se o Vento consentisse
Em nos levar daqui,
Eu faria um esquife de vidro
Coberto de flores,
Para nos guardar pela eternidade,
Nos proteger dos horrores
E ficaria contigo o tempo necessário.
Deixaria a poeira baixar,
Esperando o momento que
A flor da nossa idade
Fosse descoberta, e não 'houvesse
Quem nos fizesse tremer'.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Com o monstro na minhas costas

Procuro um refúgio, vou para o ermo.
Estou como fugitivo, vagando errante
Para um lugar onde não haja lembranças
Minhas, nem as de ninguém.
A coisa mais triste num homem,
É quando ele tem de fugir de si.
Mas meus erros são muitos
E me perseguem sem descanso.
Por isso, me dê asas para voar,
Pois vou pro mais longe possível,
a um lugar onde não haja sol nem espelhos
Para que, de repente, não me assuste
Com o monstro nas minhas costas,
Apenas esperando minha fraqueza
Manifestar- se, e ele me devorar por completo.