A você que me lê

Versos editados
Em espaço enfeitado.
Expor minhas ideias
É um pouco arriscado.
Por isso, a você
Que me lê, um aviso:
CUIDADO!!!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Desde quando?

E enquanto isso, a lua se impõe sobre nós.
O vento sopra, folhas caem no vazio.
Por agora a trégua não vem, e continuam brigados
Sol e Lua, separados por hemisférios de distância
Esperamos paz por meio da guerra? Não faz sentido,
Mas desde quando vivemos procurando sentido?

Experiência

Eu aprendi, durante os anos de convivência contigo,
A nunca contar com boas ações ou agrados.
Agradeço por me dares o necessário,
Mas não necessariamente precisamos viver nos limitando.

Eu aprendi, desde bem cedo, a procurar meu espaço.
A encontrar equilíbrio no pôr-do-sol.
A me acalmar entre as cordas do violão.
E hoje já tracei meu caminho no chão,
Com pedrinhas que brilham no escuro da noite
Caso me perca tenho uma direção.
E tenha certeza,  por te apressares a ver
Apenas a ti e mais ninguém,
Apodrecestes o cordão que nos une
E este cordão que sentirás falta quando de mim precisar.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Incerteza

"Alguma coisa acontece no meu coração", e provavelmente não é
Apenas batimentos acelerados e irregulares.
Não entendo realmente, posso dizer: "quem sabe" ou quem sabe: "talvez"
Ou simplesmente, por falta de palavras, deixo o silêncio ao vento.

Pois é, silencio em palavras para pensar numa canção.
Uma canção_quem a pode cantar_
Senão aqueles que pintam sua voz no ar,
Que palavreia no silêncio do luar?

'Alguma coisa também acontece no seu coração'?
A falta de palavras nos deixa no mistério.
De não saber, talvez "quem sabe",
Ou quem sabe "talvez".
Mas essa incerteza me deixa um gosto bom na boca.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

À nossa geração enferrujada

Os livros clamam da prateleira da estante,
A traça e a ferrugem os corroem parcialmente.
Nossa geração parcial não lê e não sonha.
Nossa imparcialidade é corroída na prateleira.

Enquanto a traça corrói os livros,
Uma criança vende flores no sinal.
E a renda adquirida corrói sua mente,
Sua cadeira na sala de aula é corroída  pela ferrugem.

Por não ler, apenas sobrevivemos.
Por não sonhar, não dormirmos e nossa geração permanece
Enferrujada na linha do tempo.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A hora de sonhar

Meus sonhos noturnos desaparecem da memória, fazendo dela um cemitério de boas lembranças,
Por 'quase não sonhar' vi o fim do mundo várias vezes,
E no fim da tarde estava como antes, Esperança voltando ao seu lugar.
Se agora é a hora de sonhar, por favor não me pergunte,
Só me avise quando ela chegar

terça-feira, 20 de abril de 2010

Era uma casa muito engraçada...

Era uma casa um tanto engraçada; tinha teto, que era o piso de outra.
36 janelas permeando o ao redor, com vista para uma paisagem ampla:
Uma avenida com  carros barulheando e um grande, grande muro.
Grande como o tamanho do nosso medo.

Dentro da casa, muitas paredes,
E uma estante. Com TV, som, DVD.
Muitos CD'S: filmes, música americana,
Como de se esperar, nenhum livro em espaços vazios
Cobertos com a poeira do esquecimento.

Dentro dela, cidadãos alienados e presos ao tempo
E a rotina, que ofusca a simplicidade da vida.
Ofusca também algo difícil de se enxergar meio a tanta coisa:
Uma flor tentando crescer entre as pedras no caminho.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Orquestra Sinfônica das Ruas

A novidade era musical, atração diária, um concerto todos os dias.
Ninguém paga entrada, e todos tem um camarote na janela de casa.
A Orquestra Sinfônica das Ruas chegou aos nossos ouvidos,
Trazendo para todos a harmonia sonora dos carros em ação,
Os motores zumbindo em nossas mentes,
Atração principal: as motos sem escapamentos, barulheando
Sobre a regência de um maestro doente e egoísta,
Como um Beethoven anestesiado, sem sentir nada,
Assistimos a tudo e aplaudimos.

terça-feira, 13 de abril de 2010

O Walkman

Hoje parto de casa para partir o mundo ao meio.
Levo nas costas o violão, nos ouvidos o som do walkman.
Vou andar por estas estradas sem acostamentos,
Vou sentir falta de encostar tua cabeça no meu ombro
Mas não posso mancar em duas vontades;
Por isso te digo: vou embora e conhecer o mundo,
Nas estradas serei um walkman de cachos irregulares
Cantando e dançando ao som do vento,
Pegando carona sem saber destino final.
Um dia chegarei finalmente ao "fim do mundo"
Que deve lembrar muito o início do teu.



segunda-feira, 12 de abril de 2010

'Estradeando'

Nada melhor do que viajar por uma estrada sem fim...
Só para ver aonde ela vai dar...
'Fugir do marasmo' urbano,
'Estradear' no natural dos nossos passos
E ver o sol nascer e secar o orvalho das flores.
Deixar de lado o sonho desesperançoso de
Conhecer nossas montanhas pelas fotografias,
Visitar lagos cristalinos na tela de um computador.
Deixá- los de lado e viver a vida a pleno vapor...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A fila

       Dionísio foi, como sempre fazia, ia ao parque municipal todo sábado se manhã.Era só duas quadras adiante do seu apartamento de cobertura, "um capricho dos deuses", dizia seu pai. Entre as muitas diversões, queria porque queria andar no burrinho pelo parque."Pra que andar nesse burro velho se você  pode andar de cavalo em Petrópolis amanhã?" sua mãe, de forma soberba, questionava.Nem adiantou.Dionísio entrou na fila.De repente, alguém interrompeu o seu longo pensar no velho burrinho.      _"Olá, você é o último da fila?" Dizia o menino, com a camisa CMA suja de sorvete.
      _ "Sim, meu nome é Dionísio, qual o seu?"
      _" Meu nome é Thiago.Quer ser meu amigo?" Dizia o negro, com um sorriso encareado.Antes que pudesse responder, sua mãe o puxou pela blusa, dizendo:
      _" Vamos embora AGORA rapaizinho! Que história é essa de você fazer amizades com estranhos, ainda mais com esse carvãozinho cheio de cárie?"
     _"Mas o que que tem mãe?Só porque ele não é loirinho como eu não pode ser meu amigo? Ele é mais legal que aqueles chatos dos filhos do ministro fazendeiro!"
     _"Ele não é fazendeiro não, é ministro da fazenda; e esses são garotos de berço, e fazendo amizade com eles teremos algumas preferências e privilégios. Não seja como seu irmão rebelde e aceite o que você é."
       Daí Dionísio lembrou- se de Diego, seu irmão que saiu de casa para viver com alguns amigos. Ultimamente ele estava com um cabelo esquisito, com umas pontas laranjas e viva dizendo "não sou um burguês retardado com medo do imposto de renda e da própria sombra". E viu seu quase amigo, Thiago, no burrinho, e queria ser como ele, para poder andar no burrinho e tomar sorverte de casquinha como todo mundo.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A linha do tempo em três versos

O passado, ao passar, deixa suas manchas no curso da história,
O presente ainda deixará suas marcas em quem viver dele quando passar
E o futuro... talvez ninguém queira saber...

domingo, 4 de abril de 2010

Reflexões sobre Cristandade por um mero cristão

Todo mundo quer ir pro céu, mas ninguém quer morrer.
Dura a realidade, mas temos de encarar.
Todo mundo, quando chegar no céu, quer andar em "ruas de ouro"
Mas a pé ninguém anda; vão de carro, pagam táxi e ônibus,
Caminhar mesmo ninguém quer.
Todo mundo afirma com toda certeza: _'tenho fé em Deus'.
Mas poucos sabem o que é de verdade.
A tão famosa Páscoa comemora o quê:
A morte de Jesus ou a chegada dos coelhos e ovos de chocolate?
Quando os coelhos entraram na história,
E quando não existia chocolate, os ovos eram de quê?
A gente tem de ouvir casos de pedofilia religiosa,
E continuar assistindo discursos dos pedófilos como se nada tivesse acontecido.
O mundo não é cego, só não enxerga direito!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sua xícara de porcelana

Hoje eu quebrei sua xícara de porcelana.
E ela se fez em  mil pedaços e espalhava- se no chão.
Suas migalhas se juntavam ao piso branco marfim,
Não sei se era branco ou se era marfim;
Perdi a xícara e não tenho você para mim.
Já não tinha você antes, mas o passado não importa!
Não tenho você agora e aquela vontade
Incessante de ser um poeta para declamar o amor
Incondicional foi- se embora.
Como a sua xícara de porcelana.