A você que me lê

Versos editados
Em espaço enfeitado.
Expor minhas ideias
É um pouco arriscado.
Por isso, a você
Que me lê, um aviso:
CUIDADO!!!

domingo, 27 de junho de 2010

A surpresa

Ó rosa vermelha, quanta beleza irradias pelo som da tua voz,
Como um harmonioso violino aos meus ouvidos.
Nem mesmo a mais harmoniosa orquestra, regida pelo melhor maestro
Consegue levar- me cativo, em servidão a esse timbre sem sentido.

Tu, que tens um rosto esculpido por anjos em tamanha perfeição,
Feito com a mais branca neve, que cobre a relva com tamanha pureza.
E seus olhos, o mais puro contraste, negros como ébano,
Olhando pra mim, com espanto e delicadeza.

Por que, em beleza tão singela, esconde tanto medo
Se apenas aprecio o doce som da tua voz?
Como um pássaro, amedrontado pelo desconhecido,
Tu foges em um misto de susto e prazer.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Doze Horas

Hoje é o tempo que voa,
E é os pássaros que passam.
Hoje é o dia que escorre;
As cachoeiras já não passam.
E a juventude é alisada, como o pente nos cabelos da donzela,
Ficamos todos no mesmo lugar, para sermos apenas iguais.

E enquanto o sino baladeia doze horas,
O pente é guardado e a donzela sonha
E ela pode; sua idade lhe permite ver o tempo passar,
Afinal, "a rotina não a maculou", mas ainda sim não vê nada.
Ela é jovem, e só quer passar o tempo
Com algo um pouco mais útil.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A brecha

Os pintores, com suas flautas pintam tristes canções
Expostas em retratos coloridos. Mas fica uma grande brecha
 Entre o silêncio dessas cores e a monocromacia  desses sons.
Nessa brecha que eu encontro o equilíbrio necessário
Para ouvir além dos sons, e ver além das telas.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Dedicada ao conselho mal dado

Hoje é um choro que clama pelo fim da guerra,
Hoje é a guerra que tenta proclamar a paz,
Hoje é a paz que é procurada sem recompensa.
Hoje seu choro clama pela paz,
E sua recompensa é a guerra, de sentimentos
Confusos com relação a tudo.
Adianta clamar por ele se ele não a ouve?
Se seus ouvidos estão ocupados com outros clamores,
De que adianta?

Que recompensa obténs por guerrear contra si própria,
Contra seus princípios por alguém que, a princípio
Principiou a se explicar com metáforas?
Se, no fim, nada foi tão para sempre
Quanto aquela noite no imaginário frio.
De que adianta o cigarro sem filtro que fumas para atrair atenção
De alguém que não se atenta pela fumaça da chaminé;
Se de nada adianta, porque dar murros
Contra ponta de facas?

Se meus conselhos fossem bons,
Não os venderia ao preço de um tratado de paz?
Não adianta pedir ajuda para quem está neutro.
Mesmo dentro das trincheiras existe paz
"Num minuto de silêncio, antes da explosão".

Em busca da felicidade ( endorfina)

Eu vou te encher de elogios para deixar
De lado essas lágrimas de quem não te quer.
E te levar comigo na minha viagem em busca de felicidade.
Te levaria flores toda manhã que os pássaros te acordassem.

Ah, te ver acordar, seus cílios levantando,
Dando lugar a um brilho inconfundível,
Um brilho que levanta um sentido olfativo latente:
O cheiro de felicidade, de endorfina abundante.

Te faria uma canção com todo meu amor
Melado, como o mel escorrendo dos favos;
E os acordes abertos dum violão abriria meu coração
Pois você é a única que me abre os sentidos da felicidade.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O exílio

Nesse momento me veio uma grande vontade
De me exilar nos braços do violão.
Dessilenciar um grito entalado na garganta
E sussurrar pra você ouvir, amor,
A vida é bela quando é vivida,
E a música, meu amor, é arte 
Para ser apreciada com ouvidos limpos.

Temos dois ouvidos em um silêncio astuto.
E sua astúcia não me impede a expressão
De vozes unidas ao som de cordas presas
Para cantar ao mundo a liberdade
E a arte de expressão.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Labuta

Meu bem, não guarde meu prato de jantar,
Me aguarde na janela com muita precisão.
Não fique triste, chego logo logo
Com o atraso do trânsito e a poluição.

E, quando chegar, espero seu sorriso
Aberto, de dentes brancos e lábios vermelhos.
Um abraço forte e beijos descontrolados
São prêmios da minha constante labuta.

Quando sentar- me, espero ouvir o som harmonioso
Que sai da sua boca, contando sobre o dia;
Pena que não presto atenção.

Só reparo em toda casa, na vida que levo,
Nos quadros que não pintei,
Na madeira que nada talhei nem esculpi,
Na música que não fiz,
Nos poemas que não escrevi,
Em todas essas maldições da minha constante labuta.