A você que me lê

Versos editados
Em espaço enfeitado.
Expor minhas ideias
É um pouco arriscado.
Por isso, a você
Que me lê, um aviso:
CUIDADO!!!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A fila

       Dionísio foi, como sempre fazia, ia ao parque municipal todo sábado se manhã.Era só duas quadras adiante do seu apartamento de cobertura, "um capricho dos deuses", dizia seu pai. Entre as muitas diversões, queria porque queria andar no burrinho pelo parque."Pra que andar nesse burro velho se você  pode andar de cavalo em Petrópolis amanhã?" sua mãe, de forma soberba, questionava.Nem adiantou.Dionísio entrou na fila.De repente, alguém interrompeu o seu longo pensar no velho burrinho.      _"Olá, você é o último da fila?" Dizia o menino, com a camisa CMA suja de sorvete.
      _ "Sim, meu nome é Dionísio, qual o seu?"
      _" Meu nome é Thiago.Quer ser meu amigo?" Dizia o negro, com um sorriso encareado.Antes que pudesse responder, sua mãe o puxou pela blusa, dizendo:
      _" Vamos embora AGORA rapaizinho! Que história é essa de você fazer amizades com estranhos, ainda mais com esse carvãozinho cheio de cárie?"
     _"Mas o que que tem mãe?Só porque ele não é loirinho como eu não pode ser meu amigo? Ele é mais legal que aqueles chatos dos filhos do ministro fazendeiro!"
     _"Ele não é fazendeiro não, é ministro da fazenda; e esses são garotos de berço, e fazendo amizade com eles teremos algumas preferências e privilégios. Não seja como seu irmão rebelde e aceite o que você é."
       Daí Dionísio lembrou- se de Diego, seu irmão que saiu de casa para viver com alguns amigos. Ultimamente ele estava com um cabelo esquisito, com umas pontas laranjas e viva dizendo "não sou um burguês retardado com medo do imposto de renda e da própria sombra". E viu seu quase amigo, Thiago, no burrinho, e queria ser como ele, para poder andar no burrinho e tomar sorverte de casquinha como todo mundo.

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