De maneira natural, calma como sempre, ela acordou. Olhou ao redor. Não parecia como antes, só havia sua cama em um grande corredor, como sua casa. Subitamente, uma sensação de queima nas pernas a incomodava. Cresceu. Estava queimando mesmo! Se desesperou. Sem saber o que fazer, correu.Correu muito. E, chorando, olhou para trás e não entendeu; sua cama desaparecera e a parede corria atrás dela. A essa hora, seu corpo ardia em chamas e ela simplesmente não entendia.
Após virar, ela se deparou com um dilema angustiante: Ela viu uma grande escadaria, brilhante como pedras de diamante, descendo; e uma estrada deserta e escura, muito escura, subindo. Enquanto isso sentia seu corpo queimando de tal maneira que ela já não sentia dor. Só angústia. Ela ponderou sobre qual caminho seguir e, quando ia decidir, a parede a alcançou. Seguiu a arrastando à frente, levando- a ao meio dos caminhos. Só restava chorar e fechar os olhos, não querendo ver nada. Sentiu seu corpo flutuando, em queda livre e o corpo carbonizado.
Abriu os olhos e, novamente, não entendeu. Estava no chão, embaixo da cabeceira da cama, chorando muito. E sentindo cheiro de cinzas no ar.
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